sábado, 13 de novembro de 2010

Filme "Senna" surpreende por ser documentário com ritmo de ficção

Foram necessários 16 anos, mas finalmente a história de Ayrton Senna ganhou projeção nas telas de cinema.
Um ano após a morte do tricampeão da F-1, surgiram especulações de que uma grande produção de Hollywood abordaria a vida de um dos maiores ídolos do Brasil – com o ator espanhol Antonio Bandeiras no papel do piloto. A ficção nunca saiu do papel. E agora dá lugar a um documentário, mas com ritmo de filme de ação.
Esse é um dos grandes méritos do longa do promissor diretor inglês Asif Kapadia, que optou pela edição de milhares de imagens de arquivo, mas sem cair na chatice dos típicos documentários que mesclam enormes entrevistas atuais com cenas de época. Habilidoso, Kapadia conseguiu montar um documentário inteiro com ritmo de ficção.
O filme "Senna" é imperdível para os fãs de F-1. A começar pelas dezenas de imagens inéditas, como as das reuniões dos pilotos (atente para a genial participação de Nelson Piquet em uma delas) e do austríaco Roland Ratzemberger, que morreu um dia antes de Senna em Ímola.
O documentário também brilha pela magia daquelas cenas clássicas que, na grande tela do cinema, ganham contornos surreais, como as imagens de Senna competindo de kart antes de estrear na F-1 e nas câmeras "on board" da McLaren. A volta de classificação do brasileiro em Mônaco – antológica por humilhar todos os seus rivais com superioridade jamais alcançada por outro piloto – é de tirar o fôlego. Mesmo quem acompanha a F-1 hoje em dia se impressiona com a velocidade do brasileiro pilotando o carro, trocando marchas e escapando a centímetros dos guardrails do apertadíssimo circuito das ruas de Monte Carlo.
Mas este é um filme também para aqueles que querem conhecer a história do ídolo Ayrton Senna. Aqueles que pararam de assistir à F-1 depois da tragédia de 1994 irão às lágrimas nas cenas mais dramáticas.
Há momentos hilários, como a participação do piloto no programa da Xuxa (o que para os diretores poderia ser um momento cômico, também arranca memórias da infância de parte do público). A estética anos 1980 também cria humor sutil, como na entrevista de Alain Prost, em que o francês mostra seu lado mais canastrão em brincadeiras com uma repórter de TV. O saudosismo é inevitável durante a sessão.
“Senna”, é claro, pode ser demais para quem não suporta ver carros de corrida – o documentário tem 1h47 de duração. Mas a história de Senna é um modelo universal do herói clássico. Todos os elementos estão ali: a ascensão meteórica (em Mônaco, 1984, em sua estreia), um forte rival (Prost), os duelos (sobretudo em Suzuka), o vilão (o francês Jean-Marie Balestre, presidente da FIA à época), o drama e o triste final que, claro, todos nós conhecemos.
“Senna” não é um retrato 100% positivo do herói – o filme mostra seu lado obsessivo pela competição, como o de querer humilhar Prost em Mônaco, de se vingar do francês em um perigoso acidente. O ídolo, afinal, tinha seus defeitos, mas o filme não busca ser um juiz imparcial da carreira do brasileiro. Seu grande mérito é reproduzir na tela de cinema o melhor da genialidade do esportista Ayrton Senna. E é exatamente isso o que seus fãs esperaram por mais de 16 anos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Dorival diz que não há como marcar Neymar em um dia inspirado

Dorival Júnior conhece bem o atacante Neymar. O treinador trabalhou com ele no Santos durante os primeiros meses do ano, mas, para a frustração dos torcedores do Atlético-MG, o técnico revelou que não há como para o camisa 11 santista - caso ele esteja em um bom dia - neste sábado, às 19h30, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro.
"O Neymar, em um dia inspirado, não tem como marcá-lo. É complicado. Não tem uma receita de se marcar um jogador que tem todas as capacidades possíveis em um grande dia. É um jogador diferenciado, que promete muito, vai evoluir e, com a pouca idade, já chama atenção por tudo que possui", elogiou o treinador do Galo
Com relação ao encontro com a jovem estrela, Dorival afirmou não guardar mágoas. O principal motivo para a saída do técnico do Santos foi uma punição que ele tentou impor a Neymar e que a diretoria considerou imprópria. Para o treinador, isto já faz parte do passado.
"Acredito que (o reencontro) seja tudo dentro de uma normalidade, com muito respeito, companheirismo, amizade. Foi dessa forma que entrei no Santos e saí de lá. Não há porque polemizarmos em cima de um assunto que já é passado", desconversou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Alonso vibra com 1ª vitória sob chuva, mas evita euforia por liderança


Fernando Alonso contou com a sorte para vencer o GP da Coreia deste domingo (24) e assumir a liderança do Mundial. No entanto, o espanhol manteve a cautela nas declarações ao falar do título.
Depois de ver a Red Bull pegar a primeira fila na classificação do GP da Coreia, Fernando Alonso percebeu que só sairia de Yeongam vivo no Mundial se levasse o carro até o fim e sem erros. Pois o espanhol da Ferrari não só fez isso como contou com uma boa dose de sorte – admitida pelo próprio na coletiva pós-corrida – para vencer neste domingo (24).
Agora, Alonso parte para o Brasil, daqui a duas semanas, com chances de garantir o tricampeonato com uma prova de antecedência. Isso acontecerá se o asturiano ganhar em Interlagos e Webber chegar acima da quarta posição.
Logo no início da prova, Fernando contou com o erro de Mark Webber para assumir o segundo posto. A dez voltas do fim, foi a vez do motor do RB6 de Sebastian Vettel dar a vitória de presente ao asturiano. “Eu acho que a questão foi basicamente a sorte, mas foi uma das melhores corridas da Ferrari no ano, uma conquista fantástica para a equipe, com os dois carros no pódio.”

Apesar da felicidade pela vitória improvável, Alonso procurou conter a euforia, insistindo que a disputa pelo título ainda está aberta entre os pilotos. “Todos nós sabemos que, com o novo sistema de pontos, tudo pode acontecer. Mark e Seb não tiveram sorte, mas qualquer coisa ainda pode acontecer.”

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Corinthians lamenta "apagão" no segundo tempo

O Corinthians perdeu de virada para o Atlético-MG por 2 a 1, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de abrir o placar no primeiro tempo, o clube alvinegro sofreu dois gols de cabeça na segunda etapa e não conseguiu incomodar a defesa atleticana. Os jogadores do time alvinegro lamentaram o "apagão" que o time sofreu.

"Eu acho que houve uma falta de comunicação na hora do gol, demos um pouco de mole, isto não pode acontecer, levar dois gols de bola parada", lamentou o volante Jucilei. "O time do Atlético-MG cresceu e a gente recuou. Temos que corrigir isto", completou o camisa 8.

O meia Bruno César fez coro ao companheiro de equipe e lembrou que a luta pelo título segue aberta, em virtude aos tropeços do líder. "A gente fez um bom primeiro tempo, aí volta para o segundo tempo desatento, desligado. É complicado. Ainda bem que o Fluminense perdeu (3 a 0 para o Santos), agora tem que torcer para o Cruzeiro não passar", contabilizou o articuladoro.
O goleiro Júlio César lembrou que o Corinthians não vence há quatro jogos (dois empates e duas derrotas) e precisa reencontrar as vitórias para seguir na ponta da competição nacional.

"É um campeonato difícil, mas a gente não pode deixar escapar tantos pontos se queremos ser campeões. A gente não pode mais vacilar. Eles não estavam criando nada pelo chão, mas viraram na bola aérea. É difícil. É lesão, é contusão. Mas quem quer ser campeão tem que passar por cima de qualquer coisa", pregou o arqueiro.

sábado, 2 de outubro de 2010

Wozniacki vence em Tóquio e pode destronar Serena esta semana

A dinamarquesa Caroline Wozniacki está cada vez mais perto do topo do ranking mundial. Ela se sagrou campeã do Torneio de Tóquio neste sábado ao derrotar a russa Elena Dementieva por 2 sets a 1, e pode assumir o posto de número 1 do mundo, destronando a americana Serena Williams, se chegar pelo menos às quartas de final do Torneio de Pequim, que será realizado nesta semana.

Título em Tóquio deixa Wozniacki, que é cabeça de chave em Pequim, perto do topo


"Elena começou muito forte, mas no começo do segundo set eu passei a pressioná-la um pouco mais. Aí, comecei a sentir a partida virar, mas ainda assim tive que manter o meu foco no terceiro set. Estou muito feliz que tenha vencido o último ponto", comemorou a dinamarquesa, que precisou de duas horas para fazer 1/6, 6/2 e 6/3.
Em 2010, Wozniacki já havia vencido Ponte Vedra Beach, Copenhague, Montreal e New Haven. "É sempre bom ter o troféu em suas mãos, é para isso que você treina. Espero que em Pequim também seja bom, mas vou jogar uma partida de cada vez e vamos ver", destacou.
Na capital chinesa, Caroline será a primeira favorita ao título. Recuperando-se de um corte no pé, a atual número um do mundo, Serena mais uma vez ficará de fora da disputa, assim como sua irmã Venus.

Brasil termina em nono no cmapenoato

O Brasil perdia para o Japão no intervalo (45 a 42), mas conseguiu a virada durante o segundo tempo. A vitória por 84 a 79 fez com que a seleção encerrasse o Mundial da República Tcheca na nona colocação, igualando o desempenho que a seleção masculina teve na Turquia.
Com 21 pontos e dez rebotes, Alessandra foi a principal jogadora brasileira no confronto. A veterana pivô, pouco utilizada durante a campanha do Brasil no Mundial, converteu dez dos 13 arremessos de quadra que arriscou. Quem também saiu de quadra com um duplo-duplo foi Érika, com 15 pontos e 13 rebotes.
No Japão, destaque mais uma vez para Yuko Oga. A armadora, grande jogadora do time asiático no Mundial, registrou 21 pontos, nove assistências e sete rebotes.
Os dois ataques foram muito eficientes nos minutos iniciais. Não encontraram grandes dificuldades diante das defesas opostas e movimentaram bastante o marcador. O Japão anotou os sete primeiros pontos da partida e largou na frente do placar. As brasileiras se recuperaram e até chegaram a passar à frente em determinados momentos do primeiro quarto, mas o time oriental dominou na reta final e terminou o período vencendo por 31 a 25.
O momento mais complicado do Brasil no jogo aconteceu na metade do segundo quarto, quando um lance livre certeiro de Maki Takada colocou as japonesas em vantagem por 43 a 33. Era a maior distância da equipe na partida. Mas as comandadas de Carlos Colinas anotaram nove dos 11 últimos pontos da primeira metade e foram para os vestiários perdendo por apenas uma posse de bola (45 a 42).
O início da segunda metade pouco lembrava o que foi visto em quadra no primeiro período. O forte ímpeto ofensivo deu lugar a uma série de erros dos dois ataques. A equipe asiática chegou a ficar mais de cinco minutos no terceiro quarto sem movimentar o marcador. Com isso, o Brasil conseguiu retomar a liderança do jogo e vencia por 62 a 56 ao término do período.
A liderança neste momento poderia ter sido ainda maior se a seleção não se mostrasse tão inferior às adversárias nos arremessos de três pontos. Enquanto o time asiático manteve aproveitamento superior aos 50%, as brasileiras só foram converteu seu primeiro tiro de longa distância na décima tentativa.
A vitória parecia completamente definida em favor do Brasil quando o duelo se aproximava do fim. Com quatro minutos por jogar, uma cesta de Karen deu à seleção 11 pontos de frente (77 a 66). Mas quando tudo já parecia resolvido, veio uma última tentativa de reviravolta: as japonesas anotaram 11 dos 13 pontos seguintes e cortaram a diferença para apenas dois pontos (79 a 77) no minuto final.
No ataque seguinte, Helen fez uma das poucas cestas de três pontos da seleção durante o confronto. Yoko Oga respondeu imediatamente com uma infiltração certeira e ainda manteve o Japão no jogo. Mas Helen converteu dois lances livres nos segundos finais que colocaram números finais à partida e garantiram a nona posição do Mundial à seleção.

Felipe Massa: escudeiro oficial

Em Paris, durante o Salão do Automóvel, Luca di Montezemolo deu o recado. Disse que espera um Felipe Massa "forte e perseverante" nas últimas quatro etapas do Mundial, capaz de tirar pontos dos adversários de Alonso. Na prática, oficializa a posição de escudeiro do brasileiro, que terá como função única nesta reta final do campeonato ajudar o espanhol.

Faz sentido, porque do jeito que anda o campeonato, virou alguma coisa como Fernando contra rapa. E é uma mensagem bastante eloqüente do presidente da Ferrari para Felipe, que faz sua temporada mais apagada na categoria — tomando-se por base a expectativa em torno de seu desempenho, não propriamente os resultados e a pontuação. Não que haja uma ameaça clara de demissão. Mas é evidente que o time esperava mais dele neste ano.

E até onde Alonso pode contar com Massa? Nas últimas cinco corridas, olhando-se apenas a tabela de classificação, pode-se dizer que ele deu uma mão, até. Fez 61 pontos, mais do que Button (44), Hamilton (37) e Vettel (60), três dos que disputam o título para valer. Mas os números não apontam a realidade da pista. Felipe raramente se meteu entre os primeiros e não atrapalhou ninguém. E se somou mais pontos que alguns rivais, isso se deu mais por erros e azares deles do que por voluntarismo do ferrarista.

Montezemolo também se antecipa, com suas declarações, às mudanças nas regras sobre ordens de equipe que, mais cedo ou mais tarde, vão caducar. Ficou para o fim de semana do GP da Coreia do Sul, se ele acontecer, a discussão sobre os novos termos da lei.

Vai ser engraçado, é preciso admitir, se Alonso conquistar o campeonato com uma vantagem inferior a sete pontos para o segundo colocado. É exatamente o que ele ganhou com a ordem de inversão de posições no GP da Alemanha, que tanta polêmica causou e levou à revisão do regulamento. Eu continuo achando que foi uma sacanagem tirar a vitória de Massa naquelas circunstâncias — um ano do acidente e coisa e tal. Felipe precisava muito daquele troféu para recuperar a autoconfiança, para provar a ele mesmo que ainda é capaz de vencer. Mas parece que os cálculos do time foram, digamos, mais precisos e realistas.

A aposta no espanhol se mostra acertada. Nas últimas cinco provas, marcou 93 pontos. Webber, seu adversário direto agora, fez 74. Em média, Alonso descontou 3,8 pontos por corrida em relação ao australiano nesse período. Mantendo essa toada, arredondando as contas, fará 15 pontos mais que o piloto da Red Bull nas quatro corridas finais. E a diferença atual é de 11. Se Alonso conquistar o título, é capaz de a Ferrari pintar a famosa frase “Fernando is faster than you” no aerofólio de seu carro.

E todos terão de engolir.